Filho de professores de uma família tradicional que ouvia MPB e canções eruditas, Daniel Boaventura teve a música como algo natural em sua formação. Mas a certeza veio aos 15 anos, quando comprou o álbum Dire Straits ao Vivo, que o impulsionou e o inspirou definitivamente para esta arte. Montou duas bandas com os amigos da escola, intituladas Horas Vagas e Os Tocáveis, que competiam com o cursos de Administração, Relações Públicas e Publicidade. Três tentativas que apenas reforçaram sua vocação para as artes. As “brincadeiras” musicais ficaram sérias e a banda Horas Vagas foi convidada a participar do musical Cinema Cantado. Foi em 1991, na estreia de Daniel Boaventura nos palcos, apresentando o clássico tema On Broadway, que após assistir ao espetáculo, Fernando Guerreiro, criador da Cia. Baiana de Patifaria, o convidou para o musical Zás Trás. Na sequencia, fez o “show” solo chamadoPop n’ Jazz” – que lhe rendeu o Troféu Caymmi na categoria revelação de intérprete -, e logo depois encenou “O Casamento do Pequeno Burguês”, de Bertold Brecht, no qual, além de cantar e atuar, tocava saxofone. A partir daí, estava estabelecida a carreira de Daniel Boaventura, que desde então, emendou um trabalho no outro. Pai de duas meninas, Joana e Isabela. As meninas estão habituadas com o fato de o pai ser artista. Mas, apesar do orgulho que sentem, Daniel não permite que isso seja supervalorizado. “Nossa educação é muito realista. Falo que é trabalho e, inclusive, o motivo pelo qual não estão vendo o papai tanto quanto queriam.