Mário da Silveira Meireles Reis (Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1907 — 5 de outubro de 1981), o Bacharel do Samba, foi um popular cantor brasileiro da era do rádio. Era carioca do Rio Comprido, de família de classe média-alta, filho de Raul Meireles Reis — um advogado que chegaria a presidir o América Football Club — e de Alice da Silveira Reis. Aos dois anos mudaram-se para a Rua Afonso Pena, na Tijuca, indicando a ascensão social dos Reis e forjando o caráter elitista de Mário. No entanto, o apelo do samba e do violão — ritmo e instrumento então considerados chulos — que encantariam o jovem aspirante a cantor. Aprendeu os rudimentos de violão sozinho, até que num encontro ao acaso na famosa loja de instrumentos e partituras "A Guitarra de Prata", na Rua da Carioca, reconheceu a figura de Sinhô, compositor e instrumentista cognominado "O Rei do Samba". Mário o abordou e pediu a Sinhô que se tornasse seu professor a 20 mil réis por aula. Sinhô aceitou, embora logo tenha percebido que o rapaz não levava muito jeito como instrumentista. Mas seu modo singular de cantar — suave, quase recitativo, num estilo bem diferente do que praticamente todos os cantores da época adotavam — encantou o "Rei do Samba". Sinhô apresentou Mário Reis a Fred Figner, o todo-poderoso da gravadora Odeon, que ao ouvi-lo cantar topou gravar um disco com a voz do até então desconhecido.